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OS PRIMEIROS HABITANTES - OS INDÍGENAS

 
Três tribos indígenas principais habitavam o Vale do Paranapanema: os Coroados, os Cayuás e os Xavantes, além da presença dos Caingangues, em menor número. Os índios Coroados dominavam as florestas espessas, enquanto as campinas e os cerrados eram ocupados pelos índios Xavantes.
 
No século XIX, e princípios do século XX, a parte meridional do Estado de São Paulo, desde Sorocaba e Botucatu até o Rio Paraná, era designada de Vale do Paranapanema ou Sertão do Paranapanema. Nesse período, a região entre os rios Paraná, Paranapanema e Peixe, era pouco conhecida e povoada.
 
O povoamento do vale processou-se em duas épocas distintas. A povoação mais antiga teve início a partir das cabeceiras do Rio Paranapanema, estendendo-se, no início do século XIX, até o Rio Pardo, afluente do Rio Turvo. O Rio Paranapanema foi o ponto de partida para a instalação de várias cidades no interior paulista, e continua sendo importante para o desenvolvimento, não só da região, mas de todo o Brasil, pois nele concentram-se importantes hidrelétricas que abastecem grandes cidades, como São Paulo.
 
O rio passa pelos Estados de São Paulo e Paraná, e tem 880 quilômetros de extensão. Nasce na Serra de Paranapiacaba, em São Paulo, e deságua na margem esquerda do Rio Paraná, formando os limites entre os dois Estados. No seu percurso estão importantes hidrelétricas, como Jurumirim, Xavantes, Lucas Nogueira Garcez, Capivara, Taquaruçu, Rosana, Canoas I e Canoas II. O traçado do Rio Paranapanema já aparece em mapa do Brasil, desde 1574.
 
Historicamente, por volta de 1630, os bandeirantes paulistas desbravaram as terras localizadas na região do Rio Paranapanema, caçando índios. As tribos dos Caingangues,Tupinambás e os Guaranis foram sendo dizimadas pouco a pouco pelos colonizadores, pela violência ou por doenças como a malária.
 
Nessa primeira etapa, o desbravamento do sertão foi efetuado por mineiros, que, após a decadência da exploração de ouro e diamantes, em Minas Gerais, em meados do século XVII, foram atraídos pelas imensas extensões de terra. O período é caracterizado pela entrada de grupos familiares, com agregados e escravos domésticos. O segundo momento de povoação atingiu as terras além do Rio Pardo, seguindo para oeste em direção ao Rio Paraná pelo lado paulista.
 
A movimentação significativa da população branca, em direção às novas áreas, a partir da década de 1850, obrigou os indígenas a abandonar os seus locais de origem. Seguiu-se nas próximas décadas, uma relação de intensa violência entre os povoadores brancos e indígenas. As áreas de grande fertilidade eram motivo do confronto entre ambos.
 
Nesse contexto promissor, a conquista e exploração da região do Vale do Paranapanema, tiveram início em meados do século XIX, com as frentes pioneiras enfrentando os moradores nativos que defendiam suas terras dessa verdadeira invasão. É importante relembrar que a colonização desta região, juntamente com a fundação de povoados e cidades, e o enriquecimento de muitos homens, foram também pautados pelo massacre e violência contra a população indígena, e pela destruição das suas formas de vida, das suas tradições e costumes, sendo lhe concedida apenas a mera subsistência em reservas demarcadas pelo governo. 
 
 
 
A ORIGEM
 
De acordo com a historiadora Anna Maria Martinez Corrêa, (1988), estudiosa da região, houve dois momentos na fundação de cidades do Vale do Paranapanema. Um primeiro, com a frente pioneira, quando foram fundadas cidades como Santa Cruz do Rio Pardo (1876), Piraju (1880), Campos Novos do Paranapanema (1885), Espírito Santo do Turvo (1885), São Pedro do Turvo (1891) e Conceição do Monte Alegre (1896), baseadas na economia cafeeira e na cana de açúcar. Outro momento, ocorreu durante as primeiras décadas do século XX, quando o governo do Estado de São Paulo voltou olhar para esta região com novos interesses, visando à sua expansão econômica e ao seu controle político.
 
A criação de cidades, e a expansão de povoados tiveram como eixo a Estrada de Ferro Sorocabana. Nesse período, foram fundados os municípios de: Salto Grande (1911), Ipauçu (1915), Platina (1915), Assis (1917), Óleo (1917), Ourinhos (1918), Palmital (1919), Cândido Mota (1923) e Maracaí (1924).
 
 
 
OS PRIMEIROS POVOADORES DE PALMITAL
 
A região onde está situada Palmital, começou a ser explorada a partir dos últimos decênios do século XIX, por volta de 1886, com a chegada de João Batista Aranha, vindo da cidade de São Manoel juntamente com os filhos, instalando-se em terras localizadas a cerca de quatro quilômetros, da atual cidade, na Água do Aranha.
 
O senhor Oliveira Aranha, divulgando em São Manoel a fertilidade das terras dessa região, atraiu para cá novos moradores. Assim, em 1891 vieram da mesma cidade, Manoel José Batista que se instalou com sua família na Água da Fartura. Em 1898, veio Joaquim Silvério da Cruz que passou a morar na Água Clara, e, no mesmo ano, Salvador Ricci desbravava a Água das Anhumas. Seguiam-se a estes, Júlio D’Oliveira Castanha e Licério Nazareth de Azevedo. Logo iniciaram a divisão do terreno em lotes, que eram vendidos a 200 mil réis cada.
Dessa forma, ao longo das décadas, a região foi sendo colonizada e um pequeno povoado começou a se formar, com trabalho, luta e esperança de enriquecimento por parte de seus moradores.
 
 
 
FUNDAÇÃO DO POVOADO
 
O povoado que constitui, hoje, a sede do município de Palmital, nasceu em torno do hotel que o senhor Licério Nazareth de Azevedo construiu, em12 de julho de 1910, próximo ao Rio das Anhumas, em terras pertencentes ao senhor Francisco Severino da Costa, fazendeiro de muitas posses, quando no processo de loteamento de suas terras, fez a doação de um terreno para a Igreja Católica, fundando assim o Povoado, onde foi levantada uma capela em louvor a São Sebastião, invocado como santo padroeiro do lugar.
 
Assim como ele, outros fazendeiros como Azarias Severino da Costa, Licério Nazareth de Azevedo, Roldão Alves Machado, entre outros, também lotearam seus terrenos visando ao comércio de terras e ao desenvolvimento do patrimônio. Nesse período, o senhor Uriel Gaspar ou Francisco Rinaldi, doou um terreno para a construção da Igreja de Santo Antônio.
 
 
 
A CHEGADA DA FERROVIA
 
Como a grande maioria das cidades localizadas no Oeste Paulista, na região do Vale do Paranapanema, Palmital teve seu crescimento ligado à expansão da Estrada de Ferro Sorocabana, que chegou aqui por volta de 1913, passando a localidade a ser chamada de Estação Palmital. Nesse ano, já encontravam se no povoado, morando em ranchos, alguns homens que trabalhavam no prolongamento desta ferrovia.
 
A importância da presença da Sorocabana foi enorme, visto que o escoamento da produção agrícola era feito quase que exclusivamente pela Estrada de Ferro. Deve ser lembrado ainda que a Sorocabana era responsável também pela ligação do interior com a capital, pela circulação de mercadorias, e também de notícias, pessoas, novidades, jornais, revistas enfim, de todas as formas de interação social, econômica, política e cultural entre os grandes centros, e as cidades situadas ao longo dos trilhos do trem.
 
Por volta de 1913, o patrimônio do Palmital foi cortado pelas linhas da Sorocabana. Margeando seus trilhos, em 1914, havia a Avenida da Estação e a Avenida 21 de Abril, e também paralela à Estação Ferroviária, havia a Rua do Céu, a Rua do Paraiso, a Rua do Grillo, a Avenida da Estação, a Rua Portugal, e a Rua Hespanha, nomes pitorescos que hoje já não existem mais.
 
 
 
A PRIMEIRA MISSA
 
A primeira missa celebrada na então Estação do Palmital, deu-se no terceiro domingo de junho de 1914, diante de um cruzeiro fincado no Largo da Matriz. Este terreno fora comprado pelo padre Antônio Joaquim Pereira, por cento e noventa mil réis, do senhor Francisco Severino da Costa.
 
 
 
ORIGEM DO NOME
 
Primeiro Nome:
PALMITAL – O local aqui já era usado para pernoite, pelos que transitavam na fronteira Paraná/São Paulo, e bem conhecido dos tropeiros, já que era certo se encontrar comida no local, principalmente o palmito, da Palmeira Euterpe Eduli, cuja espécie era então muito abundante por aqui.
 
Segundo Nome:
ESTAÇÃO DO PALMITAL – Esta denominação, inicialmente, foi usada para nomear a Estação, que a Estrada de Ferro Sorocabana inaugurou em 1913, no local.
 
Terceiro Nome:
PALMITAL – A partir de 1916, com a elevação do povoado a categoria de Distrito, este nome passou a designar oficialmente o povoado.
 
 
 
CRIAÇÃO DO DISTRITO
 
Em 27 de dezembro de 1916, através do Decreto Lei Estadual nº 1527, o povoado foi elevado à categoria de Distrito de Paz, com a denominação de Palmital, pertencente ao município de Campos Novos do Paranapanema, atual Campos Novos Paulista.
 
Nesses primeiros tempos, o povoado já tinha um pequeno comércio, composto de algumas vendas, onde era possível comprar um pouco de tudo, beber, negociar, conversar e ficar sabendo das novidades.
 
 
 
CRIAÇÃO E EMANCIPAÇÃO DO MUNICÍPIO
 
Em 18 de dezembro de 1919, através do Decreto Lei Estadual nº 1693, o Distrito de Paz de Palmital, foi elevado à categoria de Município, desmembrando se do município de Campos Novos. A sua instalação ocorreu em 21 de abril de 1920. Neste mesmo dia foi instalada a primeira Câmara Municipal, começando assim, a vida administrativa da nova cidade, gerando novos interesses políticos e econômicos.


Em 30 de novembro de 1938, através do Decreto Lei Estadual nº 9775, foi incorporado ao município de Palmital, os Distritos de: Sussuí e Platina.
 
- O Distrito de Sussuí – foi criado através do Decreto Lei Estadual nº 2230, de 20 de dezembro de 1927, na povoação de Cândido Mota.
 
- O Distrito de Platina – foi criado através do Decreto Lei Estadual nº 6448, de 21 de maio de 1934, e depois desanexado, através do Decreto Lei Estadual nº 2456, de 30 de dezembro de 1953.
 
 
 
A CONSTRUÇÃO DA IGREJA MATRIZ
 
Em 1927, o padre José Martins, juntamente com alguns trabalhadores, dá início a construção da primeira Igreja Matriz feita de tijolos. Porém, até o início da década de 1930, o prédio da Igreja Matriz, quase pronta, não tinha ainda a torre principal.
 
A partir de 1930, é importante salientar, que a construção da Igreja Matriz contou com o apoio da “Comissão Pró Conclusão das Obras da Matriz”, e da população, de um modo geral, que desde o início contribuiu com donativos e participação nos eventos realizados em prol da obra.
 
A Comissão foi constituída pelos seguintes membros: Adriano Costa, Dr. Geraldo Coelho, Reynaldo Aires Pereira, José Casagrande, José Leone, Ricardo Rossi, Lycério Nazareth de Azevedo, Vicente Leone e José Florêncio Dias.
 
A partir de então, a obra da Igreja Matriz deslanchou, porém sem a torre principal, que foi construída pelo padre Antônio Velasco Aragon, que tomou posse na paróquia em janeiro de 1934, e concluiu a obra, com uma fachada impactante, na qual possui uma única torre central, que porta um grande relógio analógico e um jardim arborizado em frente a ela. O espaço ainda conta com três portas frontais e inúmeras janelas, que compõe uma paisagem linda para passar alguns minutos sendo admirada.
 
Ao longo das décadas, a Praça da Matriz sofreu diversas reformas, sendo que uma das mais importantes ocorreu em 1964, e depois foi remodelada novamente em 2004.
 
 
 
CRIAÇÃO DA COMARCA
 
Por ocasião da emancipação do município, juridicamente, o novo município pertencia à Comarca de Salto Grande até que, em 30 de novembro de 1938, através do Decreto Lei Estadual nº 9575, passou a pertencer a jurisdição da Comarca de Assis.
 
Em 30 de novembro de 1944, através do Decreto Lei Estadual nº 14334, o município de Palmital foi elevado à categoria de sede de Comarca, abrangendo os municípios de Palmital e Ibirarema, e posteriormente, em 24 de dezembro de 1948, através do Decreto Lei Estadual nº 233, o de Campos Novos Paulista.
 
 
 
CENTRO CULTURAL CUNHA BUENO – OBRA DE RUY OHTAKE
 
Nada mais contrastante que o Centro Cultural de uma cidade no interior do estado de São Paulo, e que foi projetado por um notável arquiteto da linguagem do concreto, Ruy Ohtake. O arquiteto paulista, bastante conhecido e estudado, exercita sua criatividade num edifício que deve refletir a simplicidade de um programa compatível com o norte de uma cidade igualmente singela.
 
Desenha um espaço pouco usual em sua maneira de projetar um pátio interno que, de tão generoso, não parece interno, não fosse a contenção sugerida pela malha estrutural visível tão ao sabor das soluções de Oswaldo Bratke dos anos 40/50, introduz de forma segura uma tecnologia construtiva desconhecida localmente, mas assimilada sem dificuldade pela mão-de-obra, segundo seu depoimento.
 
Este Espaço Cultural, obra patrocinada pela municipalidade de Palmital, é um edifício solitário, localizado numa praça ajardinada, com três fachadas marcadas com arcos de entrada, e a quarta com brises coloridos, conferem um caráter adequado ao centro.
 
O edifício é ordenado segundo um módulo de 10 m, com os espaços abertos e fechados respeitando a malha estrutural. Basicamente compõe-se de um auditório para 120 pessoas, biblioteca com capacidade para 20 mil volumes e 20 consulentes, salões de exposição e salas administrativas. Todas as dependências se voltam para o pátio interno, aberto, caracterizado como um espaço virtual pelas vigas da modulação da estrutura.
 
A construção desse majestoso edifício, e revolucionário na época, foi realizada por empreiteira da região, com mão-de-obra local, que passou a dominar a técnica do concreto aparente executado sem dificuldades. A arquitetura então, é um vetor de progresso.

 
 
A GRANDIOSA FESTA DE REIS DE PALMITAL
 
A primeira festa de Reis realizada no município de Palmital, aconteceu no ano de 1931, na Água dos Américos, e o festeiro foi João Eugênio (in memoriam). Na ocasião o mestre dos foliões era o senhor Custódio José da Silva Evaristo (in memoriam), que entoava seus cantos junto a seus foliões, anunciando o nascimento do Menino Jesus. Ele foi responsável pela realização das festas até do ano de 1937.
 
Com o período das guerras mundiais que durou até no ano de 1945, as folias da cidade se dispersaram, pois, vários componentes foram convocados para a guerra, sendo que no período de 1938 a 1955, a tradição em Palmital ficou adormecida por 17 anos.
 
Após este período de guerras, foi retomada em 1956, na Água do Goiapá, pelo festeiro Otaviano Pinheiro da Silva (in memoriam), dando início à chama das tradições culturais, novamente no município, prosseguindo e mantendo-se atualmente.
 
Em diversas situações, dando início no ano de 1962, aconteceram em Palmital duas festas. O motivo era que nesta época, os meios de transporte através de animais ou muitas vezes a pé, dificultavam a caminhada dos foliões. Como dito anteriormente, pernoitavam em paiós, dormindo no meio de sacarias, em sítios onde a Bandeira parava. Pela distância considerável entre as regiões, na Água das Três Ilhas realizava uma festa, enquanto na Água das Anhumas outra, já que se distanciavam aproximadamente uns 30 quilômetros. Outro exemplo, é no ano de 1976, onde aconteceu a realização de duas festas na Água da Anhumas, pelo festeiro Sebastião Pinheiro de Góes, e na Água das Três Ilhas pelo festeiro Geraldo de Souza.
 
De 1984 em diante, foi feita a união das Três Bandeiras: Anhumas, Faceiros e Três Ilhas, pois a festa estava tomando grandes dimensões na região, e assim as Três Companhias, trabalhando juntas, puderam enriquecer ainda mais a festa.
 
O senhor Edgard Luzio (in memoriam), foi um grande festeiro em Palmital no ano de 1988, e seu filho Júlio em 1998, realizaram em propriedade própria, na Água do Palmitalzinho, revolucionárias festas com farta distribuição de alimentos e a presença de visitantes de toda a região. Edgar era uma pessoa muito carismática e devota de Santos Reis, recebeu carinhosamente um apelido de “palhaço sem farda” pois não tinha vergonha de pedir novilhos ou bezerros para os pecuaristas, bateu recordes de arrecadação de cabeça de gado em suas festas.
 
Em pesquisas realizadas, registramos que no ano de 1971, o festeiro Guerino Jangarelli (in memoriam), organizou sua segunda festa na Água das Anhumas, no dia 05 de janeiro, com barraca de refeição aberta. Em festas anteriores, usavam o local de servir refeições fechado, entrava certa quantidade de pessoas de cada vez para almoçar. Há relatos também, que nesta época as pessoas que ofereciam prendas, por exemplo, bezerro ou doavam refeições para a companhia, recebiam do festeiro um cravo (broche) que era identificado por palhaços que organizavam a fila, isto lhes dava prioridade na entrada da portaria da barraca de almoço.
 
Por um acontecimento um tanto trágico na festa de 1964, quando na fila de entrada para almoço, houve um desentendimento e uma criança quase foi ferida, o senhor Guerino Jangarelli, conhecido como Güera, teve a ideia de fazer o barracão para o almoço de forma aberta, para melhor comodidade e sem favorecimentos a quem realizava doações. Talvez contrariando costumes conservadores daquela época, foi feita esta modificação no ano de 1971, sendo mantida até nas edições atuais.
Vamos lembrar que o mês de janeiro é o mais chuvoso, em várias edições de festas, este fenômeno natural já prejudicou a realização do evento. No ano de 1977, na Água do Goiapá, o festeiro Antônio Fernandes, realizou a festa com devoção, mesmo sem ter trégua da chuva. No ano de 1990, na Água das Anhumas, o festeiro Marianinho, não viu o tradicional encontro das Bandeiras ser realizado, pois choveu muito o dia todo. Segundo relatos a festa do ano de 1999, do Festeiro Batista de Ibirarema (in memoriam), também foi sob clima de muita chuva e com isso prejudicou o público esperado para o evento.
 
Em 2002, o encontro organizado por Cunha Bueno, foi realizado com palhaços se divertindo no barro, sendo mais uma festa realizada com chuva. Mais recentemente, em 2012, na Água da Espanholada, o festeiro Eduardo Tirolli, também não viu o tão esperado encontro das Bandeiras, pois a chuva veio e não foi embora.
 
No ano de 1985, na Água Nova, Braz Biondi (in memoriam), foi escolhido por Santos Reis, para organizar a grande festa, e junto com seus filhos no ano de 1995, Charles Biondi, na mesma propriedade, realizou a segunda festa em homenagem a família Biondi.
 
No ano de 2004 e 2005 não houve festeiro por falta de estrutura física, já que a festa estava passando por muitas transformações, e o local para sua realização teria que ser de fácil acesso, com muito espaço. Com isso, a cidade de Palmital, já estava com dois anos sem a festividade.
 
Pensando em resgatar esta tradição, com muita união e apoio dos foliões e devotos, Reinaldo Custódio da Silva, convidou Ângelo Zanetti para dar continuidade na festa, e este aceitou ser o festeiro de 2006, e a partir daí, começa uma nova geração da Festa de Reis em Palmital, sendo considerada a Maior Festa de Reis do Brasil.
 
O senhor Bastiãozinho Isidoro (in memoriam), como era carinhosamente chamado por seus amigos, tinha um sonho muito grande de realizar uma festa. Já com problemas de saúde, seu filho Zezo (in memoriam), é que foi coroado em janeiro de 2007, para ser o festeiro de 2008, juntamente com toda a família “Isidoro”. Infelizmente em novembro do mesmo ano, Bastiãozinho veio a falecer, e não conseguiu em vida realizar este sonho, mas com certeza lá do céu assistiu tudo que seus três filhos, Toninho (in memoriam), Zezo (in memoriam) e Nardão, fizeram para cumprir a promessa do pai, e uma grande festa foi realizada.
 
Cinco festas foram realizadas na Água da Espanholada, Fazenda São Joaquim, de propriedade da família Tirolli, um verdadeiro recinto de festas, com local bem apropriado para montagem da cozinha, e ótimo estacionamento, com fácil acesso de Palmital. A Festa de Reis tem uma gratidão muito grande com a família Tirolli, por ter proporcionado este crescimento da cultura popular.
 
Em 2013, a festa voltou a ser realizada na Estância Capixingui, propriedade do festeiro Ângelo Zanetti, mais próxima da cidade de Palmital, o que facilita as pessoas irem a pé. Foram realizadas neste mesmo local, as festas de 2014 e 2015, pela família Zanetti, e no ano de 2016, pela família Tusco.
 
De 2017 a 2019, mais três festas são realizadas na Fazenda São Joaquim, e Palmital se destaca no folclore e na cultura, por ter a maior Festa de Reis do Brasil, no gênero de distribuição gratuita de alimentos. São ofertadas mais de 30 mil refeições para os visitantes de todas as regiões do estado de São Paulo e do Brasil.
 
A cidade de Palmital também pretende se tornar a “CAPITAL NACIONAL DA FOLIA DE REIS” para ainda mais, buscar apoio e estrutura, pensando sempre em melhorar as condições e acomodação da Festa de Reis.
 
No município de Palmital tem formada três Companhias de Reis, originadas de bairros rurais da cidade e são elas: Companhia de Reis Água das Anhumas, Companhia de Reis dos Monteiros ou Três Ilhas, e Companhia de Reis dos Faceiros, são estes grupos que a partir do dia 25 de dezembro, de cada ano, saem angariando prendas para a realização da grande Festa de Reis, que sempre se realiza no segundo sábado do mês de janeiro.
 
Palmital, hoje, conta com um Projeto Chamado “NOVOS FOLIÕES” onde incentiva-se novos participantes, a cada ano, a praticar a tradição e a cultura, para nunca perdemos a vontade de continuar a jornada dos Magos do Oriente.
 
Fonte: Texto Extraído da Obra – PALMITAL – Memórias de Uma Cidade do Interior.

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